Autores: João Bosco & Francisco Bosco
Copacabana
Fim de semana
Nu de Modigliani
Clara beleza
Teto de igreja
Filme de Fellini
Som de Donato
Mar do Caribe
Um azul sem fim
Velhos retratos
Pra recordar
Sonhos são assim
Minha menina felina, meu mel , arranhão
Minha menina menino, meu sol, meu irmão
Sonhos são sonhos
Mas na verdade
Te amar é perfeição:
Pois eu te amo
O bom e o mau, o sim e o não
Autores: João Bosco & Aldir Blanc
Teu sorriso é uma navalha
Que abre o meu coração
O sangue pelo peito
É do Cristo na Paixão
Ai, eu fui crucificado
Nos cravos do teu amor.
Não me lembro de outra coisa
Que causasse tanta dor.
Mesmo pregado na Cruz,
Sinto falta da navalha
Sou escravo , Deus me valha
Daquele raio de luz.
Autores: João Bosco & Carlos Rennó
Ela incendiou meus dias mornos e normais,
Muito embora às vezes meio tonta...
Mas qualquer mulher não faz as coisas que ela fez;
Mais prazer não dá do que me dava, toda vez.
Negra, linda, leve, nova, vejam vocês:
Com nitidez,
Eis minha ex.
Diante do eclipse desse amor,
Ante seu anti-resplendor,
A noite vem reacender
Memórias do calor e do clarão
De cada instante de explosão
Irradiante de prazer.
Me tirando o sono e roubando a minha paz,
O desassossego toma conta.
Portanto o que me importa é pôr um ponto
Enfim nas contas desse amor,
Em cada contra, em cada pró,
E me dispor pro próximo e estar pronto
E ir ao encontro do que for:
O que já era já é pó.
Quero agora uma nova ela,
Pro meu dia irradiar
E meu coração sorrir;
Uma nova ela nova estrela,
Pr’eu seguir e me guiar,
Me guiar e me seguir.
Autores: João Bosco & Francisco Bosco
Outra vez
Eu vou partir
Saio do jeito que eu vim
Sem dever nada a ninguém
Sem nada pedir
Dessa vez
É mesmo o fim
Já não há o que tentar
Eu prefiro me ausentar
Sem me despedir
Já pensei
Já sofri
Já chorei
Já me resignei
Trago no peito a certeza que fui feliz
E que eu faria de novo tudo que fiz
Mas não dá
Pra seguir
Pra calar
Nem fingir
Melhor parar aqui
Antes que a mágoa corroa o meu coração
Antes que a raiva nos leve à desrazão
Veja bem
Tanta dor
É que o amor muitas vezes não chega ao seu fim
Mas é preciso acabar mesmo assim
Tanto faz
Quem errou
Quem deu mais
Quem pagou
Quem perdeu
Quem ganhou
Tanto faz
Mais uma vez é tempo de recomeçar
Deixar pra trás todo mal que eu já sofri
Autores: João Bosco & Carlos Rennó
Céu azul, azul, azul;
Cor-de-rosa pôr-do-sol;
Véu da aurora boreal;
Mar de estrelas lá no céu;
Luz de fogos na amplidão;
Lua-prata qual CD;
Preto eclipse do esplendor;
Arco-íris multicor :
Tudo, tudo isso não
Chega perto de você,
De seus olhos, seu olhar,
Suas pernas, seu andar,
Sua cara, coração,
Sua boca e um não-sei-quê,
De sua pele, sua cor –
Do seu corpo, meu amor...
Verdes pampas lá do Sul;
Costa Branca igual lençol;
Na vazante, o Pantanal;
Barcelona, Parque Guell;
Monte Fuji no Japão;
Garopaba em SC;
Amazônia, selva em flor;
Mar azul de Salvador :
Tudo, tudo isso não
Chega perto de você,
Nem da graça nem da cor
Do seu corpo, meu amor...
Autores: João Bosco & Francisco Bosco
Quando escurece e desce a lava
Sobre o morro Dois Irmãos
Brilha a montanha, cravejada
De uma estranha ilusão
No corcovado, bóia o Cristo
Levitando contra o céu
Tudo é febril
Tudo quer ser
Tudo lateja
Todas as tardes, pouco antes
De se despedir o sol
O mar acende, prateado, quase glacial
Sou atraído pelo infinito, é doce, irmão, morrer no mar
Morrer no mar
Morrer no mar
Tenho vontade de esquecer de mim
E nesse instante me apagar
No branco sal do mar
Pela cidade erram almas
Procurando um coração
Tantos desejos travestindo
Sempre a mesma solidão
Em álcool forte
Em mil desnortes
Em sezão
Mas hoje em dia, a seu lado
Algo se aplacou em mim
Algo de novo, pouco a pouco
Pôde aparecer enfim
Tua beleza, tua intensa luz
Toda a alegria do teu corpo são
Que ao meu canto dizem
“ Nada foi em vão”
Autores: João Bosco & Francisco Bosco
Se bole seu balaio
Me bate na moleira
Me abala feito raio
Seu bumbo de primeira
Eu, bobo, babo e caio
Engasgo na gagueira
Eu, parvo, me atrapalho
E perco as estribeira
Eu taro a tanajura
Mas fico na poeira
A preta me esconjura
Sorrindo sorrateira
Eu, bobo, babo e caio
Engasgo na gagueira
Eu, parvo, me atrapalho
E perco as estribeira
Ah, se eu catasse você
Ah, se eu pegasse pra mim
Brincava de cá, bulia de lá
Casava, enlaçava
Quero ver fugir
Ih, zoava
Zoava feito tupiniquim
Zoava
Autores: João Bosco & Aldir Blanc
Assoviei, fingi à beça
Fiz promessa e o amor não some
Criei um muro e a mesma fome
Morde os braços do adeus
Com a boca eu me despedi
Minhas mãos desdisseram: não, não
Mentira, foi tudo mentira
Você me enganou
Verdade, foi tudo verdade
Eu hoje admito:
Somos um mito, sim
Maldade e carinho
Ternura sem fim
Num laço
Coleira de cetim
Quero esquecer de mim
Ser mais você, menos do que eu...
Verdade e mentira que o amor entre nós reviveu
_ E um breque é coisa nossa num samba-canção porque...
Autores: João Bosco & Ney Lopes
É xis, é dabliú e ipsilone
Quando Jimbo no trombone
Se zanga e jonga no jazz.
Samangos e candangos no fandango
Dão até tangolomango
Com as firulas que êle faz.
As quengas, quando escutam a pererenga,
Entram na sacurupemba
Provocando bafafás .
Jimbo batuca, toma timbuca,
Jimbo é maneiro demais:
Risca tuia na fundanga
E faz jongo no jazz.
Um dia, um bangalafumenga já meio tungado,
Gago, gungunando, bamzando um bocado
Indagou do Jimbo que joça era jazz.
E o Jimbo, ziguezagueando a vara do trombone
Fez dois dabliús e três ipsilones,
Dois passos pra frente, dois passos pra trás.
Então, o samango, mondrongo, mumbungo, piongo,
Largou da rezinga e caiu no fandango
Gostando e sacando que o jongo é um jazz.
E o jazz e o samba e a milonga e o tango e o candombe
E a rumba e o mambo, tudo é lá do congo
E é essa a mironga do que o Jimbo faz.
Autores: João Bosco & Aldir Blanc
Você é e sempre foi
meu par
e sem par ...
O não-ser virando ser:
nascer,
transcender...
Está na fuga das galáxias
e aqui
junto ao rubro das hemácias,
capaz
de partindo para o mar
voltar...
Um amor tão singular
é plural,
grão de jóia sideral.
E é assim
de tão simples, eu jamais previ.
Transparente, a machuquei,
mas sei
que será pra sempre o que serei.
Autores: Serafin Adriano
Não, eu não podia me enganar assim
Como uma criança qualquer
Que veio ao mundo bem depois de mim
Eu não reclamo o que ela fez
Só condeno a mim mesmo
Por ter me enganado outra vez
Eu fiz o papel de um garotinho
Quando arranja a primeira namorada
Na ingenuidade acredita em tudo
Por que do amor não entende nada
Esqueci que um dia machuquei meu coração
E levei muito tempo pra curar
Fui tornar molhar meus olhos
Quando aqui eu luto há muito tempo pra enxugar, eu não.....
Autores: João Bosco & Francisco Bosco
Você quer entender
O que me escapa em mim
Você quer descobrir
De onde vem a dor
E eu que tanto sei
Não sei, porém, por que
Eu sou tanta razão
E tanta insensatez
Não quero ver você
Sofrer do mal de mim
De tudo duvidar
Pra tudo um talvez
A culpa é de ninguém
A dor é de nós dois
E nosso grande amor também
Eu tenho o pé no chão
E o coração no ar
A minha alma é barroca
Serei bom e fiel
Seu admirador
Serei o mais cruel
Por nada, sem querer
A culpa é de ninguém
A dor é de nós dois
E nosso grande amor também
Eu tenho o pé no chão
E o coração no ar
A minha alma é barroca
Serei bom e fiel
Seu admirador
Serei o mais cruel
Por nada, sem querer
A culpa é de ninguém
A dor é de nós dois
E nosso grande amor também
Você quer entender
O que me escapa em mim
Você quer descobrir
De onde vem a dor
E eu que tanto sei
Não sei, porém por que
Tanta razão e tanta insensatez
Autores: João Bosco & Aldir Blanc
Nem menino eu era garotinho
vivia adulto sozinho
eu nunca fui aonde eu ia
andava em má companhia
entrava no livro que lia e fugia .
Neguinho me vendo em Quixeramobim
e eu andando de elefante em Bombaim
Cumpri o astral de caramujo musical:
hoje eu gripo ou canto
não vou pro céu mas já não vivo no chão
eu moro dentro da casca do meu violão.