18 de setembro de 2017 Artist Image

Não vou pro o céu mas já não vivo no chão – 2009

  • Perfeição

    Autores: João Bosco & Francisco Bosco

    Copacabana
    Fim de semana
    Nu de Modigliani
    Clara beleza
    Teto de igreja
    Filme de Fellini
    Som de Donato
    Mar do Caribe
    Um azul sem fim
    Velhos retratos
    Pra recordar
    Sonhos são assim

    Minha menina felina, meu mel , arranhão
    Minha menina menino, meu sol, meu irmão

    Sonhos são sonhos
    Mas na verdade
    Te amar é perfeição:
    Pois eu te amo
    O bom e o mau, o sim e o não

  • Navalha

    Autores: João Bosco & Aldir Blanc

    Teu sorriso é uma navalha
    Que abre o meu coração
    O sangue pelo peito
    É do Cristo na Paixão

    Ai, eu fui crucificado
    Nos cravos do teu amor.
    Não me lembro de outra coisa
    Que causasse tanta dor.
    Mesmo pregado na Cruz,
    Sinto falta da navalha
    Sou escravo , Deus me valha
    Daquele raio de luz.

  • Pronto pra próxima

    Autores: João Bosco & Carlos Rennó

    Ela incendiou meus dias mornos e normais,
    Muito embora às vezes meio tonta...
    Mas qualquer mulher não faz as coisas que ela fez;
    Mais prazer não dá do que me dava, toda vez.
    Negra, linda, leve, nova, vejam vocês:
    Com nitidez,
    Eis minha ex.
    Diante do eclipse desse amor,
    Ante seu anti-resplendor,
    A noite vem reacender
    Memórias do calor e do clarão
    De cada instante de explosão
    Irradiante de prazer.
    Me tirando o sono e roubando a minha paz,
    O desassossego toma conta.

    Portanto o que me importa é pôr um ponto
    Enfim nas contas desse amor,
    Em cada contra, em cada pró,
    E me dispor pro próximo e estar pronto
    E ir ao encontro do que for:
    O que já era já é pó.

    Quero agora uma nova ela,
    Pro meu dia irradiar
    E meu coração sorrir;
    Uma nova ela nova estrela,
    Pr’eu seguir e me guiar,
    Me guiar e me seguir.

  • Tanto faz

    Autores: João Bosco & Francisco Bosco

    Outra vez
    Eu vou partir
    Saio do jeito que eu vim
    Sem dever nada a ninguém
    Sem nada pedir
    Dessa vez
    É mesmo o fim
    Já não há o que tentar
    Eu prefiro me ausentar
    Sem me despedir
    Já pensei
    Já sofri
    Já chorei
    Já me resignei
    Trago no peito a certeza que fui feliz
    E que eu faria de novo tudo que fiz
    Mas não dá
    Pra seguir
    Pra calar
    Nem fingir
    Melhor parar aqui

    Antes que a mágoa corroa o meu coração
    Antes que a raiva nos leve à desrazão
    Veja bem
    Tanta dor
    É que o amor muitas vezes não chega ao seu fim
    Mas é preciso acabar mesmo assim
    Tanto faz
    Quem errou
    Quem deu mais
    Quem pagou
    Quem perdeu
    Quem ganhou
    Tanto faz
    Mais uma vez é tempo de recomeçar
    Deixar pra trás todo mal que eu já sofri

  • Pintura

    Autores: João Bosco & Carlos Rennó

    Céu azul, azul, azul;
    Cor-de-rosa pôr-do-sol;
    Véu da aurora boreal;
    Mar de estrelas lá no céu;
    Luz de fogos na amplidão;
    Lua-prata qual CD;
    Preto eclipse do esplendor;
    Arco-íris multicor :

    Tudo, tudo isso não
    Chega perto de você,
    De seus olhos, seu olhar,
    Suas pernas, seu andar,
    Sua cara, coração,
    Sua boca e um não-sei-quê,
    De sua pele, sua cor –
    Do seu corpo, meu amor...

    Verdes pampas lá do Sul;
    Costa Branca igual lençol;
    Na vazante, o Pantanal;
    Barcelona, Parque Guell;
    Monte Fuji no Japão;
    Garopaba em SC;
    Amazônia, selva em flor;
    Mar azul de Salvador :
    Tudo, tudo isso não
    Chega perto de você,
    Nem da graça nem da cor
    Do seu corpo, meu amor...

  • Desnortes

    Autores: João Bosco & Francisco Bosco

    Quando escurece e desce a lava
    Sobre o morro Dois Irmãos
    Brilha a montanha, cravejada
    De uma estranha ilusão
    No corcovado, bóia o Cristo
    Levitando contra o céu
    Tudo é febril
    Tudo quer ser
    Tudo lateja

    Todas as tardes, pouco antes
    De se despedir o sol
    O mar acende, prateado, quase glacial
    Sou atraído pelo infinito, é doce, irmão, morrer no mar
    Morrer no mar
    Morrer no mar
    Tenho vontade de esquecer de mim
    E nesse instante me apagar
    No branco sal do mar

    Pela cidade erram almas
    Procurando um coração
    Tantos desejos travestindo
    Sempre a mesma solidão
    Em álcool forte
    Em mil desnortes
    Em sezão

    Mas hoje em dia, a seu lado
    Algo se aplacou em mim
    Algo de novo, pouco a pouco
    Pôde aparecer enfim

    Tua beleza, tua intensa luz
    Toda a alegria do teu corpo são
    Que ao meu canto dizem
    “ Nada foi em vão”

  • Tanajura

    Autores: João Bosco & Francisco Bosco

    Se bole seu balaio
    Me bate na moleira
    Me abala feito raio
    Seu bumbo de primeira

    Eu, bobo, babo e caio
    Engasgo na gagueira
    Eu, parvo, me atrapalho
    E perco as estribeira

    Eu taro a tanajura
    Mas fico na poeira
    A preta me esconjura
    Sorrindo sorrateira

    Eu, bobo, babo e caio
    Engasgo na gagueira
    Eu, parvo, me atrapalho
    E perco as estribeira

    Ah, se eu catasse você
    Ah, se eu pegasse pra mim
    Brincava de cá, bulia de lá
    Casava, enlaçava
    Quero ver fugir

    Ih, zoava
    Zoava feito tupiniquim
    Zoava

  • Mentiras de verdade

    Autores: João Bosco & Aldir Blanc

    Assoviei, fingi à beça
    Fiz promessa e o amor não some
    Criei um muro e a mesma fome
    Morde os braços do adeus
    Com a boca eu me despedi
    Minhas mãos desdisseram: não, não
    Mentira, foi tudo mentira
    Você me enganou

    Verdade, foi tudo verdade
    Eu hoje admito:
    Somos um mito, sim
    Maldade e carinho
    Ternura sem fim
    Num laço
    Coleira de cetim
    Quero esquecer de mim
    Ser mais você, menos do que eu...
    Verdade e mentira que o amor entre nós reviveu
    _ E um breque é coisa nossa num samba-canção porque...

  • Jimbo no jazz

    Autores: João Bosco & Ney Lopes

    É xis, é dabliú e ipsilone
    Quando Jimbo no trombone
    Se zanga e jonga no jazz.

    Samangos e candangos no fandango
    Dão até tangolomango
    Com as firulas que êle faz.

    As quengas, quando escutam a pererenga,
    Entram na sacurupemba
    Provocando bafafás .

    Jimbo batuca, toma timbuca,
    Jimbo é maneiro demais:
    Risca tuia na fundanga
    E faz jongo no jazz.

    Um dia, um bangalafumenga já meio tungado,
    Gago, gungunando, bamzando um bocado
    Indagou do Jimbo que joça era jazz.

    E o Jimbo, ziguezagueando a vara do trombone
    Fez dois dabliús e três ipsilones,
    Dois passos pra frente, dois passos pra trás.
    Então, o samango, mondrongo, mumbungo, piongo,
    Largou da rezinga e caiu no fandango
    Gostando e sacando que o jongo é um jazz.
    E o jazz e o samba e a milonga e o tango e o candombe
    E a rumba e o mambo, tudo é lá do congo
    E é essa a mironga do que o Jimbo faz.

  • Plural singular

    Autores: João Bosco & Aldir Blanc

    Você é e sempre foi
    meu par
    e sem par ...
    O não-ser virando ser:
    nascer,
    transcender...

    Está na fuga das galáxias
    e aqui
    junto ao rubro das hemácias,
    capaz
    de partindo para o mar
    voltar...

    Um amor tão singular
    é plural,
    grão de jóia sideral.

    E é assim

    de tão simples, eu jamais previ.
    Transparente, a machuquei,
    mas sei
    que será pra sempre o que serei.

  • Ingenuidade

    Autores: Serafin Adriano

    Não, eu não podia me enganar assim
    Como uma criança qualquer
    Que veio ao mundo bem depois de mim
    Eu não reclamo o que ela fez
    Só condeno a mim mesmo
    Por ter me enganado outra vez

    Eu fiz o papel de um garotinho
    Quando arranja a primeira namorada
    Na ingenuidade acredita em tudo
    Por que do amor não entende nada

    Esqueci que um dia machuquei meu coração
    E levei muito tempo pra curar
    Fui tornar molhar meus olhos
    Quando aqui eu luto há muito tempo pra enxugar, eu não.....

  • Alma barroca

    Autores: João Bosco & Francisco Bosco

    Você quer entender
    O que me escapa em mim
    Você quer descobrir
    De onde vem a dor
    E eu que tanto sei
    Não sei, porém, por que
    Eu sou tanta razão
    E tanta insensatez
    Não quero ver você
    Sofrer do mal de mim
    De tudo duvidar
    Pra tudo um talvez
    A culpa é de ninguém
    A dor é de nós dois
    E nosso grande amor também

    Eu tenho o pé no chão
    E o coração no ar
    A minha alma é barroca
    Serei bom e fiel
    Seu admirador
    Serei o mais cruel
    Por nada, sem querer
    A culpa é de ninguém
    A dor é de nós dois
    E nosso grande amor também

    Eu tenho o pé no chão
    E o coração no ar
    A minha alma é barroca
    Serei bom e fiel
    Seu admirador
    Serei o mais cruel
    Por nada, sem querer
    A culpa é de ninguém
    A dor é de nós dois
    E nosso grande amor também

    Você quer entender
    O que me escapa em mim
    Você quer descobrir
    De onde vem a dor
    E eu que tanto sei
    Não sei, porém por que
    Tanta razão e tanta insensatez

  • Sonho de caramujo

    Autores: João Bosco & Aldir Blanc

    Nem menino eu era garotinho
    vivia adulto sozinho
    eu nunca fui aonde eu ia
    andava em má companhia
    entrava no livro que lia e fugia .

    Neguinho me vendo em Quixeramobim
    e eu andando de elefante em Bombaim

    Cumpri o astral de caramujo musical:
    hoje eu gripo ou canto
    não vou pro céu mas já não vivo no chão
    eu moro dentro da casca do meu violão.

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