Autores: João Bosco & Francisco Bosco
DEU MEIA-NOITE AGORA E
SEM SONO EU ME DEITO
LÁ FORA A LUA ACLARA
A TREVA ESCURA: É JOGO FEITO
UM VULTO ME APAVORA
UM OLHO, O VÔO DE UM SUSPEITO
VIXE, NOSSA SENHORA
AFASTAI ESSE MORCEGO
LIVRAI-ME DESSE MEDO
EU ROGO, EU PEÇO ARRÊGO
SAI MEDO DE MIM
SAI DE MIM
ÁGUA... ÁGUA...
ÁGUA DE FOGO EU CHORO
A ME FERIR
MEU GRITO É UM SILÊNCIO
SEM FIM
EU SUO SECO SEM
SALIVA SOB O SOL
SEM SOMBRA É SEMPRE
DESERTO EM MIM
E SIGO A SECO SEM
UMA NUVEM NO CÉU
SÓ SEDE QUEIMA
O MEU JARDIM
DEU MEIA NOITE AGORA E
DE TUDO EU TENHO MEDO
LÁ FORA A LUA ACLARA
E DO MEDO NASCE O MEDO
UM VULTO ME APAVORA
É QUE DO MEDO EU TENHO MEDO
VIXE, NOSSA SENHORA
É MEDO, MEDO, MEDO, MEDO
LIVRAI-ME DESSE MEDO
EU ROGO, EU PEÇO ARRÊGO
SAI MEDO DE MIM
SAI DE MIM
ÁGUA... ÁGUA...
ÁGUA DE FOGO EU CHORO
A ME FERIR
MEU GRITO É UM SILÊNCIO
SEM FIM
EU SUO SECO SEM
SALIVA SOB O SOL
SEM SOMBRA É SEMPRE
DESERTO EM MIM
E SIGO A SECO SEM
UMA NUVEM NO CÉU
SÓ SEDE QUEIMA
O MEU JARDIM
OLHO PRA FRENTE
OLHO PRO LADO
OLHO PRA TRÁS
JÁ FATIGADO
É TANTO MEDO
DE REPENTE
NÃO DÁ MAIS
E PENSO MUDO
PENSO INTEIRO
PENSO TUDO
EM DESESPERO
CORRO EM VÃO
NÃO TEM SAÍDA
ESTOU NA MÃO
E SINTO FRIO
SINTO ARDÊNCIA
SINTO SEMPRE
ALGUMA AUSÊNCIA
A FEBRE VEM
E NO VAZIO
SE DETÉM
E VEJO CARAS
VEJO BOCAS
VEJO TARAS
QUASE ROUCAS
UM HORROR
POR TRÁS É SEMPRE
MEDO E DOR